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  • Foto do escritorlucimar875

Porque há tantos líderes psicopatas nas organizações e como podemos nos resguardar.


Matéria da revista Você RH de dezembro de 2022, de autoria da jornalista Márcia Di Domenico, traz dados bem preocupantes: de 1% da população mundial diagnosticada com alguma psicopatia ( pesquisa de Robert Hare e Paul Babiak), no mundo corporativo este número sob para 4%, sobretudo nos cargos de alta liderança.


Por que isso se dá?

No ambiente competitivo de mercado, há um aumento exponencial de crimes chamados de “colarinho branco” – corrupção, golpes, fraudes financeiras, desvios de recursos, entre outros.

Em nível comportamental, características como poder de persuasão, foco, frieza para tomar decisões difíceis, ousadia em assumir riscos e certa indiferença em relação à opinião alheia, são percebidas em psicopatas e podem ser muito úteis a quem desempenha papéis de liderança.

A Psicopatia pode ter um amplo espectro.

Nem todo perverso ou psicopata é perigoso a integridade física dos outros. Há preconceitos nesta visão e, é necessária uma avaliação correta, feitas apenas por psiquiatras ou psicólogos especializados usando métodos científicos validados. Então, muita calma nessa hora para não sair por aí julgando ou rotulando seus desafetos ou as pessoas que têm comportamentos divergentes dos seus.


O que seria então, alguém perverso? Na visão do DSM, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — A Bíblia da Psiquiatria-, a personalidade de um psicopata estaria associada ao chamado TPA, ou, Transtorno de Personalidade Antissocial. Aquele ou aquela que revela perversão, má índole, que tem tendência a praticar crueldades em diferentes gradações, malvado, malvada.

Para a Psicanálise, dentre algumas formas de psicopatia, temos a perversão. O sujeito perverso é alguém que vai além do limite. Age a partir do que chamamos negação ou desmentido da realidade. Alguém que não aceita a interdição, não aceita as regras sociais, mas fingem segui-las. Cria fetiches como algo para lhes trazer prazer. Não tem empatia. Finge ser encantador(a) ou agradável para se aproximar de suas “vítimas”. Tem alto senso de si- se acham especiais. Reagem violentamente quando contrariados (as) e não se importam em infligir sofrimento ou torturas aos outros para atender aos seus gozos e satisfações.

Dado estes esclarecimentos, vamos pensar juntos e juntas aqui: Como as organizações têm identificados seus líderes ou potenciais líderes internamente? Como elas tem buscado no mercado possíveis líderes para preencher suas posições disponíveis (fontes)? Que tipo de pesquisa, investigação, instrumentos e técnicas tem sido aplicado para selecionar e monitorar a performance dos líderes?

Treinando inúmeros profissionais de RH e recrutadores já há alguns anos, tenho visto, cada vez mais, as empresas selecionando de forma excessivamente rápida e econômica seus candidatos a liderança. Ainda prevalece muito as hardskills em detrimento das competências socioemocionais. Poucas ou quase nenhuma ferramenta de avaliação de perfil psicológico, assessments de perfil, entrevistas com diferentes interlocutores, quase nada de investigação concreta do histórico anterior do candidato. Só por aí, já se vê quanta brecha para passar uma personalidade perversa ou antissocial.

Uma simples investigação de experiências anteriores já poderia levantar possibilidades de estarmos diante de uma pessoa com TPA: conflitos, dificuldades de aderir ao que não concorda e que não lhe satisfaça, decisões impopulares ou que não consideram algumas das partes envolvidas, passagens relativamente rápidas nas empresas que não chega a colher os frutos das políticas ou processos impopulares que implementou, por exemplo.


Outra frente organizacional que fica bastante vulnerável: Como as empresas têm construído um ambiente interno que identifique e possa expurgar ou refrear as atuações perversas ou antissociais de seus líderes e demais colaboradores?


Profissionais de RH, de DHO, recrutadores e alta gestão estão qualificados e qualificadas para lidar com esta temática? Há capacitação, fóruns de discussão, tratativas de consequência? Se a organização não previne, esclarece, protege e expurga tais atitudes, sempre haverá margem para, em nome da urgência de entregas, pressões de metas e mercado, estimular ou manter ações agressivas, desrespeitosas e aflitivas. A linha entre a pressão pelos resultados e a opressão é tênue. Há um grande avanço nas doenças emocionais no Brasil – boreout, bournout, ansiedade, depressão, entre outras e é relativamente fácil apreciar pessoas “resilientes” quando na verdade são sem empatia ou escondem os danos que a cultura da produtividade a qualquer preço impõe ao trabalhador e seus familiares.



Portanto, já sabemos como e já temos recursos para criar ambientes organizacionais mais saudáveis e prevenir e identificar líderes ou profissionais com TPA. As soluções não são simples, nem rápidas e nem baratas, mas são urgentes. As escolhas são pessoais, contudo, são também organizacionais e políticas. Qual caminho escolher?


É urgente treinar, educar, capacitar, criar comitês, políticas, investir em ferramentas para que produtividade e inovação não sejam sinônimos de transtornos á saúde mental. Podemos criar propósito, significado e um mundo mais humano e inclusivo para todos os stakeholders. Bora mudar uns mundos?


Se você gostou deste texto, me deixa saber e me ajuda a distribuí-lo por sua rede, compartilhando. Inclusive, durante esta semana eu abordo temas diversos em posts diários nas redes sociais.


E quem sou eu? Sou Lucimar Delaroli, psicóloga, coach e mentora de líderes e de profissionais de RH business partner, trabalhando com desenvolvimento Humano há mais de 30 anos e mudadora de mundos. Me chama e vamos juntos!


Posso te apoiar com treinamento para líderes e RH, rodas de conversa, palestras de promoção de saúde emocional e ambiente psicológico seguro, autoconhecimento com assessment de perfil ou mentoria. Bora mudar seu mundo?

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